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Justificando Governança de TI para o Negócio

Justificando Governança de TI para o Negócio

Contexto

Recentemente, em contato com um CIO, falávamos das dificuldades de “vender” um projeto de Governança de TI (ou Gerenciamento de Serviços de TI – ITSM ) para o Negócio. Se o chefe direto da TI for um CFO, pior ainda.

 

Considerações

Essa conversa é antiga, mas muito atual.

Já vi muitos projetos ITSM serem vendido com facilidade, ou seja, sem mostrar exatamente para que serviam, o que trariam de retorno. E este acabou sendo seu maior inimigo, a falta de foco e objetivos bem definidos. Nestes casos a quebra de expectativa é muito nociva ao relacionamento da TI com o negócio. Melhor evitar.

Nos últimos 5 anos a questão da justificativa ao negócio ficou mais relevante. Ambos, TI e Negócio amadureceram e  creio que os resultados dos projetos ITSM / GOVIT têm sido melhores.

Ainda assim, muitos fatores são relevantes para que o CIO ou Gerente de TI consiga o financiamento adequado neste campo. Questões como credibilidade da área de TI, baseado nos seus últimos investimentos, capacidade de comunicação do CIO / Gerente sobre resultados, capacidade de relacionamento com o negócio, podem fazer a diferença na hora de pedir o “dim dim”.

Em termos gerais, identificamos as principais linhas de desenvolvimento de ROI quando se pede dinheiro para projetos ITSM / GOV IT. A linha a ser adotada precisa ser municiada com evidências, números, fatos relevantes do histórico recente.

Dividimos os benefícios em duas partes. Ganhos para o Negócio e ganhos para TI. Cabe aqui todo um desenvolvimento da discussão sobre o relacionamento da maturidade da área de TI e sua estratégia para financiamento do projeto. Muitas vezes os primeiros investimentos trarão benefícios somente para TI mas servirão de base para iniciativas maiores, em termos de governança, que finalmente trarão retorno ao negócio. Por exemplo se o pedido “prometer” somente redução de custos de TI (digamos 10%) talvez para um CFO este número não signifique muita coisa. Mas para o CIO talvez seja o caminho para criar seus alicerces de governança e neste sentido talvez ele tenha que bancar sozinho o início da “brincadeira”.

Segue então nossas dicas para financiar projetos de Governança de TI / ITSM.

 

Benefícios do Gerenciamento de Serviços de TI (ITSM) e da Governança de TI, em geral.

 

Ganhos para o Negócio

1.Menos perdas por paradas ou funcionamento inadequado em Serviços Críticos/Processos de Negócio;

Descritivo : Aqui podemos considerar todas as paradas em sistemas críticos (ex. SAP, e-commerce) sejam por incidentes ou por “indisponibilidades de qualquer natureza, como por exemplo : falta de instrução  aos usuários que não conseguem usar o sistemas adequadamente, falta de integridade dos dados, dados desatualizados, falta de instruções para suporte ao sistema, falta de documentação para o sistema.

2.Redução das perdas de oportunidade do negócio pela priorização dos projetos certos;

Descritivo : muitas empresas, pela falta de um canal unificado de recebimento de demandas, avaliação e priorização de projetos acabam fazendo os projetos “no grito” dos diretores e nem sempre estes projetos trazem retorno para a empresa pois são decididos somente “no feeling” de algumas pessoas. Esta falta de processo adequada causa perdas enormes em nossos clientes. Lembro de um projeto que custou 1 Milhão de reias, para colaboração de usuários, que não saiu da caixa. Foi em um cliente da área de indústria de óleo e gás.

3.Melhor “time to market” de novos/modificados processos de negócio, sem aumento dos riscos;

Descritivo : geralmente as áreas de TI ficam reclamando que tem muita coisa para fazer ao mesmo tempo, mas nunca se estruturam para montar fábricas de criação de novos serviços/sistemas. Estruturar-se significa implantar processos, modelos, assim como se faz na área fabril. Ninguém , por exemplo, faz algo fora do padrão. É uma linha de produção. Sem isso TI fica muita lenta e o negócio, ou perde a oportunidade, ou implanta o sistema com altos riscos de insdisponibilidades, mencionadas acima.

4.Menor risco operacional;

Descritivo : Trabalho por processo, com padrões, com recursos bem treinados, com manutenções preventivas, com auditorias adequadas, com documentação, com indicadores nos processos, com scripts, com autorização adequada para mudanças. Tudo isso faz os riscos menores e com ele o custo da operação.

5.Maior atendimento a compliance dos processos de negócio;

Descritivo : Muitos processos de negócio são regulados e  trazem requisitos para governança corporativa, regulatório. Somente uma TI organizada pode oferecer este nível de compliance e controle.

6.Maior continuidade de negócio;

Descritivo : Muitos negócio têm requisitos de continuidade de negócio para se sustentarem no mercado. Por exemplo todo o setor financeiro que precisa ter planos para DIsaster Recovery. Neste casos, somente uma TI com planejamento de continuidade de serviços poderá apoiar o negócio e continuar no seu mercado.

7.Redução de perdas relativas à segurança da informação (confidencialidade, integridade e disponibilidade dos ativos de informação críticos);

Descritivo : Ainda mais em uma economia tão integrada (veja as cadeias de suprimentos)  e tão distribuída, a questão da segurança da informação torna-se crucial já que são muitas fronteiras a serem protegidas. Ninguém que divulgar sua  “fórmula da coca-cola” mais ao mesmo tempo precisamos garantir informação de boa qualidade (íntegra, atualizada, completa, a tempo) para aqueles que precisam fechar nossos negócios, como vendedores na ponta da cadeia produtiva.

 

 

Ganhos para TI

1.Redução de Custo Operacional;

Descritivo : principalmente associado a processos e a eficiência que os mesmos podem trazer para a operação de TI. Resolver incidentes, apoiar usuários em suas demandas, instalar software, implantar sistemas, desenvolver projetos, tem que funcionar como um “relógio suíço”.

2.Adequação de TCO;

Descritivo : conhecer os ativos de TI, seus custos, sua capacidade, sua manutenção e durabilidade, ter processos eficientes e documentados, equipes treinadas de forma adequada permitem planejamento efetivo e redução do custo total de se manter uma operação de TI. E se for terceirizar, que seja de forma adequada, tirando o melhor do fornecedor.

3.Redução do risco operacional;

Descritivo : Trabalho por processo, com padrões, com recursos bem treinados, com manutenções preventivas, com auditorias adequadas, com documentação, com indicadores nos processos, com scripts, com autorização adequada para mudanças. Tudo isso faz os riscos menores e com ele o custo da operação.

4.Maior compliance;

Descritivo : Muitos negócios têm requisitos de continuidade de negócio para se sustentarem no mercado. Por exemplo todo o setor financeiro que precisa ter planos para Disaster Recovery. Neste casos, somente uma TI com planejamento de continuidade de serviços poderá apoiar o negócio e continuar no seu mercado.

5.Salvaguarda do conhecimento.

Descritivo : Documentação, processos, papéis e responsabilidade bem definidos, bases de conhecimento, bases de configuração e de ativos, bases de erros conhecidos, controle de versões de software, backup adequado dos sistemas de negócio !, todos estes ajudam a salvaguardar os ativos da TI e do negócio por conseguinte.

 

Claro, agora precisamos qualificar e quantificar os ganhos ou perdas associadas a cada linha de justificativa para Governança de TI, acima.

Bom trabalho!

 

 

Serviços associados :

Consultoria em Governança de TI / Gerenciamento de Serviços de TI

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Comunicação em TI : 11 Fatores Críticos de Sucesso

Comunicação em TI : 11 Fatores Críticos de Sucesso

Contexto

A falta de comunicação em projetos e processos de TI é largamente reconhecida. Não lembro de ter passado por nenhuma reunião de assessment /avaliação de TI sem que o entrevistado não mencionasse suas frustrações e preocupações por conta deste tema. Também nas reuniões de planejamento e priorização de melhorias da área de  TI este é um dos tópicos unânimes entre os gestores.

 

Por que é tão difícil comunicar?

Se todos nós sabemos da importância da comunicação nas operações de serviço, assim como em qualquer projeto ou atividade produtiva e, ainda assim, sofremos com os efeitos negativas da má qualidade da nossa comunicação, qual a dificuldade para reverter este cenário?

Alguns dificuldades percebidas são :

1.Comunicação de qualidade dá trabalho mesmo. Há fatores objetivos mas muitos outros, subjetivos a serem tratados. A capacidade de interpretação do seu interlocutor é um deles;

2.A natureza humana parece ser de comunicação limitada; Além disso ela é cultural, regional, tribal.

3.A era da super conectividade trouxe facilidades mas problemas também, como por exemplo, uma variedade muito grande de interlocutores cada um com um background diferente e às vezes vivendo em culturas desconhecidas para o emissor da mensagem;

4.Será que conseguimos dar atenção ao que é relevante tendo em vista o bombardeio de dados/mensagens/informações todos os dias?;

5.Na era da internet, quais fontes são fidedignas?

6.As forma de trabalho colaborativas ajudam muito mas será que não nos fazem perder foco também? Qualquer um pode opinar em nosso trabalho quando estamos colaborando na intranet da empresa? Quais são os interesses dos colaboradores, todos estão alinhados em relação ao objetivo maior do negócio?

Propondo melhorias

Elencamos 11 fatores que podem ajudar a melhorar a comunicação na prestação de serviços de TI.

1.Qualificação dos Stakeholders dos Serviços

Compreender quem são os diferentes interessados, participantes, envolvidos com um serviço é fundamental para adequar a comunicação com cada um deles. Geralmente seus objetivos e interesses com relação àquele serviço são muito diferentes. Claro, para isso um modelo de operação orientada a serviços facilita o trabalho de mapeamento.

2.Stakeholders típicos são : (1) clientes, (2) usuários, (3) diretor de área cliente, (4) pessoal da operação, (5) gestor do serviço, (6) terceiros, (7) auditores do serviço, (8) agentes externos como governo e a própria mídia, (9) gerentes de projeto, (10) parceiros de negócio, (11) centrais sindicais.

Pode-se então agrupar os stakeholders por áreas de interesse visando boa comunicação, como por exemplo : (a) informações estratégicas, (b) informações financeiras, (c) informações operacionais, (d) informações sobre interface com clientes, (e) informações de interesse público, (f) informações privilegiadas para concorrências.

3.Estratégia de Comunicação

Toda comunicação deve ter um objetivo e, claro, com direcionamento do que a empresa considera mais relevante para seu negócio.

Alguns pilares de um plano de comunicação podem ser, por exemplo :

(1) Estabelecer uma visão clara sobre os objetivos e prioridades do negócio;

(2) Esclarecer as políticas da empresa;

(3) Identificar e manter patrocínio dos envolvidos com os objetivos da empresa;

(4) Remover barreiras internas;

(5) Construir parcerias.

Ou seja, como tudo na vida, a comunicação também é política!

4.Plano de Comunicação

Pela diversidade de stakeholders de um serviço pode-se imaginar que somente com um plano de comunicação para aquele serviços e seus processos de gestão, pode-se adequadamente realizar a comunicação efetiva durante todo o ciclo de vida do serviço.

Muito vago? Que tal você chegar ao banco em seu horário de almoço, com tempo contado e raro, para fazer um depósito de suma importância e, somente aí, na porta do banco, descobrir que houve mudança no horário de atendimento? Algum impacto negativo na sua rotina?

5.Um bom plano de comunicação de serviços deve conter :

(1) Quem é o mensageiro?

(2) Qual é a mensagem? Qual seu objetivo? Qual o Estilo? Quais os fatores críticos de sucesso?

(3) Quem é o público alvo?

(4) Qual o melhor meio de comunicação para aquele objetivo e público?

(5) Sincronismo e frequência da comunicação.

(6) Método de comunicação.

(7) Fornecer um mecanismo de feedback.

 

6.A comunicação como Processo

Dentro de cada processo de gerenciamento de serviços de TI deve haver um fluxo claro de comunicação.

Quem precisa saber do que em cada momento? As matrizes RACI ajudam bastante neste sentido.

 

7.Gente especializada faz diferença

Sempre que, em nossos projetos, envolvemos as áreas de marketing interno, os resultados foram muito bons.

É importante reconhecer nossa limitações e nós, de TI, não temos a mesma especialização que estes profissionais.

Lembro bem de um gerente de TI que estava avaliando qual MBA deveria fazer. Pois ele estava entre finanças, marketing e comunicação. Inteligente a meu ver.

 

8.Verificação sobre a Efetividade da Comunicação

Apesar de todos os esforços, somente quando perguntamos do outro o que ele entende das nossas mensagens é que podemos avaliar nossa efetividade.

Feedback é fundamental.

 

9.Adequação das ferramentas de Monitoração

Este é um trabalho a parte. O caso típico são as implantações de ferramentas de gerenciamento de eventos (monitores) que geram milhões de eventos de tipos diferentes sem que se possa dar um significado adequado para todos estes dados.

Aqui se faz necessário filtro sobre o que se vai monitorar e dar significado aos conjuntos de dados através de sua correlação e tradução. Cuidado com o gerente caixa cheia, que mencionamos anteriormente.

10.Adequação do dashboard de TI

O mesmo vale para indicadores de desempenho (KPIs). Precisam de filtro, análise e tradução para fazerem sentido para a maior parte de seus interessados.

11.Segurança da Informação

Toda comunicação deve respeitar os princípios básicos da segurança da informação : confidencialidade, integridade e disponibilidade.

Boa comunicação (Ανακοίνωση, em Grego) a todos!

Serviços ILUMNA associados :

Consultoria : Gerenciamento de Serviços de TI e Governança de TI

Treinamento : ITIL MALC (Managing Across the Lifecycle)

Para Descontrair

Assista ao vídeo, muito engraçado, do grupo inglês Monty Phyton sobre comunicação.

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